terça-feira, 28 de agosto de 2012

"A GUERRA DE SATANÁS CONTRA DEUS"


A Guerra de Satanás Contra Deus
Para que a profecia bíblica sobre o fim dos tempos faça sentido, é preciso entender primeiro o que aconteceu no princípio de tudo, a fim de saber para onde vamos e por que a história humana caminha nessa direção. Embora o ser humano esteja visceralmente envolvido no desdobramento da história, ninguém vai conseguir entender o propósito e o objetivo dela sem antes conhecer o que Deus revela acerca da esfera angelical. Tudo começou quando Satanás declarou a sua independência de Deus logo depois da criação.

Começa a Batalha Pelo Planeta Terra

Os textos de Ezequiel 28 e Isaías 14 são as duas principais passagens bíblicas que mostram a entrada do pecado no universo por ocasião da queda de Satanás. O capítulo 28 de Ezequiel inicia com um pronunciamento de juízo contra o príncipe de Tiro, que demonstra ser uma referência a Lúcifer, ou seja, Satanás, aquele que realmente atua por detrás desse rei humano (Ez 28.11-19). Os versículos 14 e 15 de Ezequiel 28 dizem: “Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti”. Apesar de ter sido criado em beleza e perfeição, Satanás, o anjo de Deus mais elevado na hierarquia angelical, caiu em pecado e arrastou consigo um terço dos outros anjos (Ap 12.4,9).
“Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo” (Isaías 14.15).
O texto de Isaías 14 é a outra passagem bíblica fundamental para nos esclarecer acerca da queda de Satanás. O profeta registra a famosa declaração de Satanás em sua rebelião contra Deus: “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (vv. 13-14). Deus respondeu a tal declaração da seguinte forma:“Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo” (v. 15). Satanás se tornou o inimigo de Deus, um adversário que se levantou com o intuito de destronar Deus e impedir oplano divino para a história.
Depois que caiu em pecado, Satanás partiu para expandir sua influência através da tentação de Adão e Eva, que tinham sido criados recentemente, para levá-los a se unirem a ele em sua rebelião contra Deus. Em conseqüência da participação de Satanás no engano de Eva a fim de que o ser humano se juntasse a ele na revolta contra Deus, o Senhor amaldiçoou a serpente e a mulher nos seguintes termos: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). O grande conflito entre a descendência da serpente e o descendente da mulher começou a ser travado a partir daquele momento.

Satanás Difama a Deus

O livro de Jó é o primeiro livro da Bíblia revelado por Deus ao ser humano e, portanto, é o mais antigo livro do cânon das Escrituras. Eu creio que o livro funciona como uma espécie de prolegômeno* da Bíblia. Identificamos o tema geral da história na vida de Jó, um personagem bíblico que viveu antes de Abraão. Naquele contexto, percebe-se que Deus demonstrava alguma verdade ao conselho angelical** através dos acontecimentos na vida de Jó. Apesar das terríveis provações que Jó suportou, Deus abençoou esse homem no fim de sua vida muito mais do que o abençoara no começo, desbancando, desse modo, a falácia da acusação satânica fundamental de que Deus não sabe o que faz. O restante da Bíblia e a história comprovam essa tese com muito mais detalhes que envolvem não somente o povo de Israel , mas também a Igreja e outros grupos de pessoas redimidas.
No começo do relato da história de Jó, quando os anjos (tanto os caídos quanto os santos anjos) compareceram perante Deus, perguntou o Senhor a Satanás: “Donde vens? Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela” (Jó 1.7). À medida que acompanhamos o desenrolar do diálogo entre Deus e Satanás, descobrimos que, apesar de o diabo ter poder para investir contra a vida de seres humanos, isso não quer dizer, necessariamente, que ele possa fazê-lo quando bem entender. Satanás precisa da permissão de Deus para provocar calamidades na vida de um ser humano.
O Senhor iniciou sua conversa com Satanás perguntando o seguinte: “Observaste o meu servo Jó?” (Jó 1.8). Em seguida, Satanás solicitou a permissão do Senhor para causar danos a Jó. Satanás obviamente não pediria consentimento numa questão como essa, se não fosse necessário. O diabo admitiu que Deus fizera uma cerca viva (i.e., uma cerca de proteção) ao redor da vida de Jó e de sua família, proteção essa que o impedia de atacar sorrateiramente a Jó sem a permissão de Deus. Após conceder permissão a Satanás, o Senhor estabeleceu os limites de sofrimento que ele poderia infligir a Jó (cf. Jó 1.12; Jó 2.6).
Durante o diálogo entre Deus e Satanás, o diabo acusa o Senhor de não ser um Deus bom, de não saber o que faz e de ser Alguém que só obtém a lealdade do ser humano porque compra a pessoa com bens e benefícios. Percebe-se que o alvo de Satanás é obstruir o progresso do plano de Deus para que possa provar sua tese de que Deus não sabe governar o universo; na realidade, Satanás acredita que é capaz de governar melhor do que Deus. Essa é a razão pela qual a luta entre a descendência da serpente e o descendente da mulher se trava na história e chegará ao seu clímax nos últimos dias, durante o período de sete anos da Tribulação.

Satanás Ataca Israel

Todo o capítulo 12 do livro de Apocalipse mostra a razão pela qual Satanás atacará Israel no meio do período da Tribulação e tentará eliminá-lo, ou seja, porque Satanás sabe que, àquela altura, pouco tempo lhe restará para evitar o cumprimento final do plano de Deus.
O conflito entre o descendente da mulher e a descendência da serpente concentrou seu foco sobre Israel porque o Messias viria da nação eleita de Deus. Portanto, se Satanás em alguma ocasião conseguisse frustrar o plano de Deus e impedir sua concretização na história, teria atingido seu intento de obstruir o propósito de Deus e teria provado sua alegação inicial de que o Senhor não merece ser Deus, o Altíssimo.
Todo o capítulo 12 do livro de Apocalipse mostra a razão pela qual Satanás atacará Israel no meio do período da Tribulação e tentará eliminá-lo, ou seja, porque Satanás sabe que, àquela altura, pouco tempo lhe restará para evitar o cumprimento final do plano de Deus. O objetivo essencial de Satanás é impedir a Segunda Vinda de Cristo. Como ele poderia alcançar esse objetivo? Ele acredita que pode atingi-lo pela destruição dos judeus. A Segunda Vinda de Cristo acontecerá no momento em que a nação de Israel aceitar Jesuscomo seu Messias e invocar Seu nome para que Ele os salve no Armagedom. Se esse acontecimento milagroso não ocorresse, Israel seria aniquilado naquele momento da Grande Tribulação. Desse modo, o capítulo 12 de Apocalipse oferece uma compreensão clara desse conflito que vem sendo travado há milênios, desde o início deste mundo, e que perdura para se tornar uma questão de extrema importância no ponto culminante da história. O texto de Apocalipse 12 nos mostra que um terço dos anjos caiu em pecado e seguiu a Satanás por ocasião da sua revolta inicial. Entendemos esse fato ao constatarmos que asestrelas nessa passagem simbolizam os anjos (compare com Apocalipse 9.1; 12.7,9).“Essa foi uma guerra no céu que ocasionou a expulsão de Satanás e seus anjos para a terra antes do nascimento do filho da mulher, donde se conclui que tal acontecimento faz parte da história passada. Uma segunda guerra é mencionada em Apocalipse 12.7-9, que vem a ser a última tentativa satânica de conquistar o céu e exterminar o menino após o seu nascimento”.[1]
A segunda parte do versículo 4 é uma clara referência a Satanás (i.e., “o dragão”) que pára em frente da mulher que está para dar à luz (i.e., Israel ), numa tentativa de impedir o nascimento de Jesus, o Messias, o menino ao qual a mulher deu à luz no passado. Satanás não sabia o momento exato do nascimento do Messias, de forma que aguardou com muita expectativa pela vinda do descendente da mulher. A tentativa satânica de “devorar o filho [da mulher] quando nascesse” é vista no Novo Testamento naquela ocasião em que Satanás instigou o rei Herodes a tramar uma conspiração para achar o menino Jesus e matá-lo (Mt 2). Diante do fato de que os acontecimentos históricos envolvidos no nascimento de Jesus faziam parte do conflito angelical, o Senhor advertiu os magos do Oriente em sonho “para não voltarem à presença de Herodes”, pelo que eles, “regressaram por outro caminho a sua terra” (Mt 2.12). Satanás estava prestes a incitar Herodes para que este mandasse matar todos os nenês do sexo masculino da faixa etária de Jesus, porém, “tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar” (Mt 2.13). Deus sempre está um passo à frente de Satanás.
Ao longo da história, fatos como os que acabamos de mencionar fazem parte do conflito angelical, da guerra entre a descendência da serpente e o descendente da mulher. Robert L. Thomas faz o seguinte resumo dos principais acontecimentos da história:
As más intenções do dragão para com o filho que estava para nascer à mulher ficam evidentes em toda a história do Antigo Testamento. Indícios da sua hostilidade vêm à tona no assassinato de Abel pelas mãos de Caim (Gn 4.8), na corrupção da linhagem de Sete (Gn 6.1-12), nas tentativas de violar sexualmente tanto Sara (Gn 12.10-20; 20.1-18) quanto Rebeca (Gn 26.1-18), no plano de Rebeca para tirar o direito de primogenitura de Esaú através de uma trapaça, ocasionando a inimizade de Esaú contra Jacó (Gn 27), no assassinato de todos os nenês hebreus do sexo masculino por ordem do Faraó no Egito (Êx 1.15-22), nas tentativas de assassinar Davi (por exemplo, 1 Sm 18.10-11), na tentativa da rainha Atalia de destruir toda a descendência real de Judá (2 Cr 22.10), na trama de Hamã para exterminar os judeus (Et 3-9), e nas constantes tentativas dos israelitas de matarem seus próprios filhos em atos de sacrifício com finalidade expiatória (cf. Lv 18.21; 2 Rs 16.3; 2 Cr 28.3; Sl 106.37-38; Ez 16.20).
A investida de Herodes para matar os nenês da região de Belém (Mt 2.16) e muitos outros incidentes durante a vida de Jesus neste mundo, inclusive Sua tentação, tipificam o contínuo esforço de Satanás para “devorar” o filho da mulher a partir do momento que o menino nasceu. Naturalmente a tentativa mais direta foi a crucificação de Cristo.[2]
A profecia é necessária para que, no decorrer da história, Deus demonstre por evidências que Jesus Cristo tem o direito de governar o planeta Terra e que Satanás não passa de um mentiroso em tudo o que fala, principalmente nas referências que ele faz a Deus. Essa é a razão pela qual Deus planejou acontecimentos proféticos que se cumprirão no futuro e que comprovarão que Jesus Cristo é o herói da história. Maranata!

"O REINO E O PODER"


O Reino e o Poder

O profeta Daniel viveu em tempos tumultuados. Numa vida que se prolongou possivelmente até aos 90 anos, Daniel experimentou a queda do Reino de Judá pelas mãos de Babilônia, e depois a destruição de Babilônia pelos medo-persas. Durante essas reviravoltas políticas, quando as superpotências da época entravam em confronto direto umas contra as outras, competindo pelo controle do antigo Oriente Médio, Deus revelou a Daniel que tudo estava sob Seu controle e de acordo com o plano que Ele tinha para Seu povo, Israel, e para a vinda do reino de Deus à terra.
Durante os séculos VI e VII a.C., o Reino de Judá foi apanhado em um conflito entre três grandes impérios: a Assíria, a Babilônia e a Medo-Pérsia. O Império Assírio, com base em Nínive, havia governado o antigo Oriente Médio desde o tempo de Tiglate-Pileser III, na metade do século VIII a.C. Foi essa nação que havia conquistado Samaria e levado cativo a Israel, o Reino do Norte, em 722 a.C. Ao final do século seguinte, a Babilônia foi vagarosamente invadindo a Assíria, saqueando Nínive em 612 a.C.
Em 609 a.C., uma coalizão entre os exércitos da Assíria e os do Egito tentaram reprimir os babilônios em Carquemis. Mas, perto de 605 a.C., sob o poder de Nabucodonosor, a Babilônia foi vitoriosa; e, assim, Judá tornou-se subserviente ao Império Babilônio.
Naquele ano, Nabucodonosor levou pessoas cativas do Reino de Judá, dentre elas Daniel. Ele voltou a fazer a mesma coisa em 597 a.C., após a rebelião do rei Joaquim. Este morreu na Babilônia; seu sucessor, Jeoaquim, foi então levado prisioneiro (juntamente com o profeta Ezequiel); e Zedequias se tornou rei. Finalmente, em 586 a.C., após Zedequias ter se rebelado, o rei Nabucodonosor queimou Jerusalém, destruiu o Templo e exilou o restante da nação de Judá. Como a Babilônia já controlava Israel (o Reino do Norte), que havia sido capturado pela Assíria, Babilônia tinha agora total domínio sobre todo o povo judeu.
O Império Babilônio, embora glorioso, teve vida curta. Treze anos depois da morte de Nabucodonosor, uma coalizão entre os medos e os persas, sob a autoridade do rei Ciro da Pérsia, conquistou a Babilônia, desviando o rio Eufrates e atacando a cidade através do leito do rio, no dia 29 de outubro de 539 a.C. Ciro, então, decretou que todas as nações cativas sob o poder de Babilônia poderiam retornar às suas pátrias. Desta forma, foi dado início ao Império Persa, sem precedentes, que governou desde a Índia até o Mar Mediterrâneo por mais de 200 anos.
Assim, Daniel viveu durante um tempo de tremendo tumulto político, com a nação judaica sendo subserviente a essas potências maiores. O Livro de Daniel, entretanto, nos ensina que o mundo nunca está fora do controle de Deus e que todas as nações estão sujeitas a Ele.

O Livro

O Livro de Daniel nos ensina que o mundo nunca está fora do controle de Deus e que todas as nações estão sujeitas a Ele.
Embora a Bíblia cristã coloque Daniel entre os Profetas Maiores, a Bíblia hebraica o coloca juntamente com os Escritos. Isso pode ser porque Daniel trabalhou principalmente como um funcionário do governo, primeiro da Babilônia e depois da Pérsia; portanto, o livro foi colocado entre Ester e Esdras/Neemias, juntamente com outros escritos dos tempos pós-exílicos.
As revelações de Daniel abrangem quase sete décadas e especificam os anos de realeza, quando ele recebia visões. O livro foi escrito tanto em hebraico (Dn 1.1-2.4a; Dn 8.1-12.13) quanto em aramaico (Dn 2.4b-7.28). Aramaico era a língua internacional daquela época e o fato do livro ter sido escrito nas duas línguas nos diz que Daniel escreveu tanto para judeus quanto para gentios.
Daniel 1 funciona como uma introdução. Esse capítulo coloca Daniel como um judeu exilado na Babilônia e mostra tanto seu caráter quanto a bênção de Deus sobre ele e sobre seus amigos por causa da fidelidade deles. Os capítulos 2 a 7 estão escritos em aramaico, significando que a mensagem é primeiramente para as nações gentias.
Os capítulos 2 e 7 revelam quatro reinos gentios de duas formas. No capítulo 2 (o sonho de Nabucodonosor), cada um dos quatro reinos é representado como um tipo de metal na imagem de um homem que é finalmente destruída pela vinda do Reino de Deus. No capítulo 7, os mesmos quatro reinos são apresentados como quatro tipos de bestas. As Escrituras identificam os primeiros três reinos como a Babilônia (Dn 2.37), a Medo-Pérsia (Dn 8.20) e a Grécia (v.21); e o quarto reino é geralmente reconhecido como sendo o Império Romano – o que se encaixa historicamente.
Da mesma maneira, os dez artelhos da imagem em Daniel 2.41-43 correspondem aos dez chifres da quarta besta em Daniel 7.7,24. A revelação adicional em Daniel 7.8,24 é a que um pequeno chifre irrompe dentre os dez para blasfemar contra Deus. O Altíssimo julga aquele chifre pequeno através do Filho do Homem, e então o reino é entregue aos santos.
Os capítulos 3 e 6 correspondem um ao outro, pois demonstram a preservação que Deus faz dos que se mantêm fiéis a Ele na época desses governantes gentios. O capítulo 3 é a famosa história de Sadraque, Mesaque e Abedenego e de como Deus os protege na fornalha quando eles não se prostram diante da imagem de Nabucodonosor. Da mesma maneira, Deus protegeu a Daniel, já idoso, (capítulo 6) na cova dos leões quando continuou a se prostrar diante do verdadeiro Deus, mesmo em violação à lei dos medos e dos persas. Os dois relatos não apenas instruem o Povo Escolhido de Deus a ser fiel a Ele enquanto estiver sob o governo dos gentios, mas também instruem os governantes gentios sobre quem é verdadeiramente Deus.
Essa confiança torna-se, então, o tema dos capítulos 4 e 5. O capítulo 4 é a descrição autobiográfica de Nabucodonosor e de seu encontro com o Deus Altíssimo. É a história do orgulho e da humilhação desse rei durante os sete anos em que sofreu de boantropia (insanidade em que a pessoa pensa que é um bovino). Ele viveu em humilhação, como um animal no campo, até que reconheceu que seu reino e poder vinham de Deus.
O capítulo 5 reconta a blasfêmia do rei Belsazar e a resposta de Deus quando usou, em sua festa de bebedeiras, os utensílios sagrados do Templo judaico que havia sido destruído. Os dois relatos admoestam os governantes gentios a reconhecerem que a soberania deles sobre Israel vem de Deus. Não vem deles, nem de seus deuses; e eles devem honrar o Deus Altíssimo e Seu povo, ou serão julgados.
Os capítulos 8 a 12 consistem de três visões, ou revelações, escritas em hebraico e tratam do futuro de Israel sob o domínio de quatro reinos gentios. Todas as três visões enfocam o contínuo julgamento ou sofrimento de Israel nas mãos dos gentios até que venha o Reino de Deus. O capítulo 8 é uma visão revelada em 551 a.C., e trata da opressão de Antíoco IV (Epifânio), um rei selêucida vindo do Império Grego, que profanaria o futuro Segundo Templo em Jerusalém, em 167 a.C., estimulando desta forma a revolta dos Macabeus. Esse rei também é descrito na visão de Daniel 11.21-35.
O capítulo 9 é a resposta de Deus à oração de Daniel em 539-538 a.C., sobre a profecia de Jeremias de que o povo judeu ficaria no exílio por 70 anos (Jr 25.11-12; Jr 29.10). Daniel entendeu que aquele era o momento do final do exílio (609-539 a.C.).
O Livro de Daniel contém uma mensagem tanto para Israel quanto para as nações gentias. Para os gentios, a mensagem é que reconheçam o Deus de Israel como o Deus Altíssimo e acolham o plano dEle para Israel e para o mundo.
Deus revelou a Daniel que um período de 70 vezes sete anos de julgamento futuro estava decretado para Jerusalém até que toda a expiação tivesse sido feita em favor de Israel. No final de 483 anos, o Messias deveria ser “cortado” (Dn 9.26), deixando uma última “semana” (um período de sete anos) de julgamento antes do fim (vv.24-27).
A visão final, registrada nos capítulos 10 a 12, foi dada em 536-535 a.C. e trata da nação de Israel nos “últimos dias” (Dn 10.14). O capítulo 11 visualiza os conflitos entre os selêucidas e os ptolomaicos durante o tempo do Império Grego, que culminou com a abominação da desolação de Antíoco Epifânio no Templo (Dn 11.31).
Antíoco Epifânio é apresentado como nada menos que um tipo de um futuro governante maior: o Anticristo, que se exaltará contra Deus. O livro termina com o estabelecimento do governo de Deus e a recompensa da ressurreição dos santos.

A Mensagem

O Livro de Daniel contém uma mensagem tanto para Israel quanto para as nações gentias. Para Israel, a mensagem é que permaneça fiel ao único e verdadeiro Deus a despeito dos sofrimentos sob o governo gentio, enquanto espera o Messias de Deus e o Seu Reino.
Para os gentios, a mensagem é que reconheçam o Deus de Israel como o Deus Altíssimo e acolham o plano dEle para Israel e para o mundo. Deus deve ser reconhecido como Soberano; e honra e glória devem ser dadas a Ele. Como o próprio Nabucodonosor reconheceu: “o domínio [do Deus de Israel] é sempiterno, e o reino [do Deus de Israel] é de geração em geração” (Dn 4.34). 

"O BEIJINHO SAFADO"


O Envangelho de Judas: Novidade Ou um Velho Conhecido
“Falava ele ainda, quando chegou uma multidão; e um dos doze, o chamado Judas, que vinha à frente deles, aproximou-se de Jesus para o beijar. Jesus, porém, lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem?” (Lucas 22.47-48).
Abro os meus emails quase todas as noites. De vez em quando aparece uma novidade, mas via de regra é uma mesmice: mensagens propondo dietas de emagrecimento enquanto dorme, críticas ácidas dos leitores dos meus últimos artigos, notícias de mais uma explosão provocada por terroristas muçulmanos, propaganda de candidatos evangélicos (peço a Deus jamais ter de votar neles), ofertas de relógios e terrenos que não quero comprar e de viagens que não pretendo realizar. Mas, há algumas exceções sazonais, como alguns emails do mês de maio de 2006 que “credenciavam” o recém-traduzido “Evangelho de Judas”.
Não iria escrever sobre o “beijo” de Judas, no entanto, alguns desses emails efêmeros me forçaram a fazê-lo.
Naquela noite, do lado de fora dos muros de Jerusalém, poucas pessoas testemunharam aquela cena tão rápida, de poucos segundos e de um significado tão cruel. Deveria ter sido um beijo fraternal ou um ósculo santo, mas não foi. Deveria ter sido um beijo saudoso e respeitoso entre dois amigos, no entanto, também não foi.
O beijo de Judas, pelo pintor Giotto di Bondone (1267-1337).
Aquele que tornou-se o beijo mais famoso do mundo foi um beijo covarde, o beijo da entrega, da traição, da falsidade, da vileza, do cinismo, do dedo-duro, do alcagüete e da safadice. Oriundo de um impostor, embusteiro, hipócrita e fingido. O beijo de Judas Iscariotes foi como um farrapo que se prende ao anzol para tentar pegar o peixe grande; era o sinal combinado para os soldados romanos darem o bote sobre Jesus.
Essa é uma narrativa verídica de uma história antiga e mundialmente conhecida: o beijo de Judas identificou quem era Jesus para os soldados romanos.
O pouco que os Evangelhos bíblicos nos dizem sobre Judas é bastante deplorável. Esse senhor tinha um discurso a favor dos menos favorecidos mas, na verdade, não tinha cuidado com os pobres. Tinha uma bolsa que deveria guardar o dinheiro do grupo dos apóstolos, mas era ladrão e tirava o que era colocado nela (João 12.1-6). O Evangelho de Lucas narra que “Satanás entrou em Judas” (Lucas 22.3) e ele traiu o Cristo. Entregou Jesus por trinta moedas de prata (Mateus 26.14-16) e “melhor lhe fora não haver nascido!” (Mateus 26:24). Após trair Jesus, teve remorso (Mateus 27.3), devolveu as trinta moedas de prata, mas não se arrependeu.
Resumindo, nos textos bíblicos esse sujeito é descrito como o quase-Satanás. Essa é a história conhecida por todos. Ou, pelo menos era até surgir a recente tradução do “Evangelho de Judas”. Então, esse personagem passou de vilão a herói, de bandido a mocinho e de cabra-safado a bom-moço. Seria essa visão gnóstica novidade para nós cristãos? Ou apenas feijão requentado?
O Que é o Gnosticismo?
O gnosticismo é um movimento místico-cristão que surgiu paralelamente com a igreja primitiva.
Gnosticismo vem da palavra grega “gnose” (conhecimento), não, porém, no sentido comum de conhecimento racional. Os gnósticos usam o termo para um conhecimento interior, um aprendizado intuitivo, uma percepção de si mesmo que os conduz à descoberta de que “eles próprios são deuses”. Muito interessante é que a principal doutrina esotérica do multifacetado Movimento da Nova Era é a da “deidade interior”.
No segundo e terceiro séculos, os pais da igreja cristã criticaram e repugnaram com veemência os ditos “evangelhos gnósticos”. No entanto, mais de 1500 anos passaram-se para que esses evangelhos se tornassem mundialmente conhecidos. Sua descoberta arqueológica foi em dezembro de 1945, nas imediações de Nag Hammadi, no Alto Egito, por um camponês árabe chamado Muhamed Ali al-Salmman. Dentro de um pote de cerâmica vermelha, Muhamed encontrou treze livros de papiro encardenados em couro contendo 52 textos (o “Evangelho de Judas” não estava entre eles) escritos numa antiga língua egípcia chamada copta.
Os Evangelhos Gnósticos – Cristianismo às Avessas
As doutrinas gnósticas trazem uma inversão do cristianismo, onde os heróis bíblicos são os vilões e onde os maus são os bons. Vejamos:
Sobre o Deus do Velho Testamento:
Segundo o Evangelho dos Egípcios (um texto gnóstico), o Deus do Velho Testamento é chamado de Sakla (que em hebraico significa “louco”, um nome depreciativo para Yahweh).Sakla se une com o demônio Nebruel e produz espíritos assistentes, dois dos quais sãoAdonais e Saboth. Também chamam o Deus do Velho Testamento de Demiurgo (no grego), de Primeiro Arconte e de Ialdabaoth.
Para os gnósticos, Deus é um tirano, ciumento, tolo, ignorante, mau, que tentou escravizar Adão e Eva no Jardim do Éden. As ações do Deus do cristianismo são motivos de zombaria e boas risadas, especialmente quando Ele diz: “eu sou Deus e não há outro” (Isaías 45.21-22)!
Sobre a Serpente:
Segundo os textos gnósticos, a serpente é boa e não mente. A serpente é a representante da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela é a libertadora da raça humana, a começar pela heroína Eva, que teve a coragem de comer o fruto que o tirano Deus tinha proibido de ingerir. A serpente e Eva heroicamente se opuseram ao Deus vilão, e assim por diante... todos os homens fiéis ao Deus do cristianismo são considerados ignorantes e todos aqueles que se rebelam contra o Deus do cristianismo são sábios.
A negociante de artes Frieda Tchacos: “Fui escolhida por Judas para redimi-lo”.
O Texto Recém-Traduzido do Evangelho de Judas
O texto recém-traduzido do “Evangelho de Judas” é uma cópia do original produzida no Egito provavelmente durante o quarto século.
Embora não faça parte dos 52 textos dos “Evangelhos Gnósticos” de Nag Hammadi, o “Evangelho de Judas” também segue a mesma cartilha gnóstica. Sua descoberta arqueológica ocorreu em 1978 em um vilarejo ao sul da cidade do Cairo, quando um lavrador em busca de relíquias encontrou uma caixa de pedra contendo no seu interior esse manuscrito encadernado em couro. O “Evangelho de Judas” é composto de treze folhas de papiro escritas dos dois lados em língua copta.
Após a sua descoberta, o “Evangelho de Judas” chegou a ser vendido duas vezes no mercado negro e roubado uma vez. Hoje o texto está em mãos de Frieda Tchacos, uma suíça negociante de artes, que adquiriu o livro no câmbio negro através de um negociante egípcio. Tchacos cedeu os papiros à fundação Maecenas, criada por seu advogado. A fundação Maecenas conseguiu restaurar 85% do texto original, os outros 15% foram perdidos para sempre.
National Geographic Society comprou os direitos de divulgação do texto escrito e do documentário em DVD. Então, está na hora de respondermos à seguinte pergunta: O que nos relata o texto do tão badalado “Evangelho de Judas” restaurado?
Eis alguns trechos do dito evangelho contidos no DVD da National Geographic:
“Este é o relato da revelação que Jesus fez a Judas três dias antes de ter celebrado a Páscoa”[1][...]
Jesus ri quando os apóstolos oram agradecendo a Deus pelo pão, os apóstolos não entendem e ficam zangados. Jesus acha engraçado a ingenuidade dos apóstolos em estarem orando a um Deus transcendente em vez de orarem ao deus interior. A propósito, Jesus ri muito no “Evangelho de Judas”[2]. [...]
Jesus diz para Judas:
A Fundação Maecenas afirma ter restaurado 85% dos manuscritos do “Evangelho de Judas”.
“Afasta-se dos outros apóstolos e contar-te-ei os mistérios do reino. Um espaço imenso e sem fronteiras que nem a vista dos anjos alcança e que nenhum coração conseguirá entender. Um reino sem nome”. [3] [...]
Leia agora um suposto diálogo entre Judas e Jesus, contido nesse evangelho:
Judas: “Mestre, numa visão vi-me apedrejado até a morte pelos discípulos”.
Jesus: “Tu serás o apóstolo maldito entre os demais. É possível que alcances o Reino dos Céus, mas sofrerás muito”.
Judas: “Mas que bem me fará isso?”
Jesus: “O brilho da tua estrela encobrirá as outras. Serás maior do que todos eles. Judas, tu sacrificarás o Homem que vive em mim. Judas, a estrela que indica o caminho é a tua”.[4] [...]
Um comentarista então interpreta o sentimento de Judas, após ouvir essas últimas palavras de Jesus:
“Então Judas entende que a sua missão é trair Jesus, porém ele não faz uma coisa ruim. Na verdade, é um bom ato de sacrifício, como um ato de adoração, uma coisa boa, uma coisa sagrada”.[5] [...]
Jesus, após ter sido beijado por Judas, cochicha no ouvido do apóstolo: “Amigo, faz o que vieste fazer”.[6] [...]
O “Evangelho de Judas” termina abruptamente com a traição de Judas. Omite a crucificação e a ressurreição de Cristo porque, para os gnósticos, a Sua morte e ressurreição não são o que realmente importa. O que interessa para eles é que o corpo vai morrer e o espírito vai continuar e Jesus tinha que se libertar da prisão que era o Seu corpo.[7]
Irineu Atacou o “Evangelho de Judas”
O texto original do “Evangelho de Judas” foi escrito em grego e já era conhecido dos pais da igreja durante o segundo século.
Judas beijando Jesus (cena do DVD da National Geographic). Nesse momento, Jesus teria dito para Judas: “Amigo, faz o que vieste fazer”.
Na década de 180, Irineu, o bispo de Lyon, na França, escreveu um livro em cinco volumes intituladoDestruição e Ruína Daquilo que Falsamente se Chama Conhecimento, alusão direta à sabedoria esotérica propagada pelos gnósticos. A obra tornou-se conhecida apenas como Contra os Hereges. Irineu chamou os gnósticos de “caimitas” (isto é, defensores de Caim) e de “agentes de Satã”.
Sobre os escritos do “Evangelho de Judas”, Irineu sentenciou: “defendem Judas, o traidor, dizendo que ele é admirável e grande, devido às vantagens que ajudou a conferir à humanidade. Mas Deus preparou o fogo eterno para todo tipo de heresia”.
Os Dois Níveis de Fraude do Evangelho de Judas
Peter Jones, teólogo e apologista cristão, conclui assim o seu artigo intitulado “Pop Gnosticismo: Dan Brown, Hollywood e O Evangelho de Judas”:
“O Evangelho de Judas envolve dois níveis de fraudes:
Nível Um: Um editorial do Los Angeles Times (15 de abril de 2006) explicou que Frieda Nussberger-Tchacos, a negociante de antigüidades suíça que entregou o recentemente descoberto Evangelho de Judas para a National Geographic é uma saqueadora condenada. Tchacos se auto-apresenta numa prosa semi-angelical como ‘escolhida por Judas para reabilitá-lo’. Judas sem dúvida reabilitou-a, ao som [do tilintar] de 1,5 milhão de dólares. OTimes revela com ironia deliciosa que, para evitar a prisão, essa criminosa (que indubitavelmente quebrou a lei trazendo o livro de Judas para fora do Egito), em um estilo bem típico de Judas, traiu o colega Marion True, ex-diretor do Museu J. Paul Getty, que agora está sendo julgado por traficar obras de arte saqueadas. Graceja o Times: “...algumas coisas não mudam – exceto pela inflação. Antigamente eram trinta moedas de prata, hoje são 1,5 milhão de dólares: tudo continua girando em torno do dinheiro’. Há ainda mais uma ironia: esse ‘novo’ evangelho tem academicamente o nome de ‘códice Tchacos’!”
Nível Dois: Com toda a vulgaridade cercando sua publicação, Judas tornou-se um ‘evangelho’ antigo e genuíno, escrito em folhas de papiros datadas do quarto século. O segundo nível de fraude é ideológico. A mídia consulta primeiro os liberais, que ‘moldam e armam o assunto’ de modo a justificar suas próprias erudições e práticas religiosas. Elaine Pagels, reabilitadora dos evangelhos gnósticos desde a década de 70, declara que esse novo ‘evangelho’ ‘explodiu o mito de uma religião monolítica, mostrando quão diversificado e fascinante era o movimento cristão no início’. Bart Ehrman chama [o Evangelho de] Judas de ‘maior achado da antiguidade cristã’. Seus tradutores oficiais argumentam que Judas demonstra ‘a rica diversidade de perspectivas dentro do cristianismo antigo... durante o seu próprio período de formação’. Eles desmentem os pais da igreja do segundo século (que denunciaram o erro gnóstico), como ‘caçadores de heresias’, deixando a impressão de que tudo o que diz respeito a Jesus e à fé cristã está disponível para ser devorado pelas suas garras.
Nada tem mudado. Temos conhecimento dessa diversidade do segundo século há 1800 anos. O ‘mito da religião monolítica’ é um homem de palha moderno. A igreja do século XX não foi surpreendida em 1945, quando 52 textos gnósticos foram encontrados em Nag Hammadi, Egito. Judas não é ‘explosivo’. Apenas eleva a conta para 53 textos.
Material de divulgação produzido pela National Geographic: Manchetes em revistas, livros, DVD e exposições.
Judas contém todas as noções típicas (e radicais) do Gnosticismo Seteriano [a] do segundo século. O Deus Criador é um demônio mau. Os réprobos da história do Velho Testamento – Caim, Esaú, Coré e os sodomitas – são os heróis verdadeiros. Adão, Abraão, Isaque, Jacó e os profetas são ‘uma estirpe para rir-se deles’. Obviamente, Judas encaixa-se no protótipo dos heróis. Em Judas, Jesus ri o tempo todo. No The Second Treatise of The Great Seth (O Segundo Tratado do Grande Sete), um documento gnóstico de Nag Hammadi, Sete/Cristo ri de Deus, quando o mesmo diz: ‘Eu sou Deus e não há outro além de mim’, e também da ignorância daqueles que pensavam que estavam crucificando Cristo (uma vez que foi Simão, o cirineu, que foi crucificado). Sete/Cristo sabe que Deus é tolo e que por trás dele tem o Grande Espírito. Em um outro texto gnóstico, The Hypostasis of The Archons, a deusa gnóstica lança Jeová no inferno!
É uma fraude teológica sugerir que esses textos gnósticos testemunham a diversidade cristã ou introduzem ‘perspectivas’ diferentes. Os antigos “evangelhos” gnósticos e os evangelhos tradicionais bíblicos do primeiro século representam duas religiões mutualmente incompatíveis, no entanto, superficialmente semelhantes apenas no uso em comum de certas terminologias cristãs. É uma fraude sugerir, como faz Pagels, que essa bem conhecida “diversidade” do segundo século (que os pais da igreja chamavam de apostasia) era típica da cristandade do primeiro século, e que Jesus muito provavelmente tenha sido um gnóstico. Pagels insinua que os crentes cristãos no início do “período formativo” da igreja não podiam decidir entre essas duas versões da cristandade (versões tão diferentes quanto ateísmo e teísmo) que lutavam entre si para serem aceitas. Pagels nos pede para aplicar a “hermenêutica da suspeita” pós-moderna à versão bíblica tradicional. Ela assegura que a versão tradicional foi imposta sobre o mundo no terceiro e quarto séculos pelos vencedores eclesiásticos com fome de poder.
Talvez devamos aplicar a “hermenêutica da suspeita” nos eruditos como Bart Ehrman e Elaine Pagels. Ambos eram outrora cristãos evangélicos, que, favorecendo os seus próprios relativismos espirituais e teológicos, precipitaram-se sobre esses textos recém-achados para moldarem o assunto, agarraram-se às manchetes e produziram um relato ridículo acerca do início do cristianismo. Estão nos solicitando que acreditemos que um dos mais bem-sucedidos movimentos religiosos da história da humanidade iniciou-se de uma confusão radical e das incertezas de mentes enlameadas. Evangelhos, como Judas, são apenas “evangelho” para eruditos como Pagels, uma vez que tamanha confusão significa que os ‘cristãos’ de hoje podem acreditar em qualquer coisa que queiram acreditar – com uma consciência limpa. A própria Elaine Pagels escolhe acreditar em uma mistura de cristianismo com budismo e ainda admite que sente uma atração estranha pelo gnosticismo.
A Prisão de Cristo, do pintor holandês Dierick Bouts (Pinacoteca de Munique).
No entanto, essa “nova abordagem” sobre o cristianismo, popularizada por Dan Brown em seu bem-sucedido romance O Código da Vinci, e no filme homônimo, não são novidade alguma para aqueles que querem um relato histórico aceitável das origens da fé cristã e da pessoa de Jesus.[8]
Por Que Não Damos Crédito aos Evangelhos Gnósticos?
Os pais da igreja cristã no segundo e terceiro séculos fizeram muito bem em reprovar os escritos gnósticos. Erwin Lutzer é um conhecido apologista cristão da atualidade e nos dá três razões para não aceitarmos os escritos gnósticos:
Primeira razão: Autoria espúria!
“Para começo de conversa, nem mesmo o pesquisador mais radicalmente liberal acredita com seriedade que o Evangelho de Tométenha sido escrito pelo Tomé do Novo Testamento, ou que oEvangelho de Felipe tenha sido escrito pelo Filipe do Novo Testamento. Pode-se afirmar o mesmo dos outros evangelhos gnósticos que ostentam o nome de apóstolos. Como poderemos ver, as datas dos documentos e os locais em que foram escritos demonstram terem sido não mais que meramente atribuídos aos apóstolos. Isso tinha por finalidade emprestar-lhe credibilidade, dando assim a impressão de serem uma versão remota do cristianismo.
A igreja primitiva rejeitava completamente qualquer livro escrito sob pseudônimo, ou seja, por alguém usando o nome de um apóstolo a fim de ganhar credibilidade. O apóstolo Paulo, já a par desses escritos em sua época, escreveu: “Irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamos a vocês que não se deixem abalar nem alarmar tão facilmente, quer por profecia, quer por palavra, quer por carta supostamente vinda de nós, como se o dia do Senhor já tivesse chegado” (2 Ts 2.1-2, NVI). Os hereges, já naquela época, escreviam cartas usando o nome de Paulo. Tais fraudes não condizem com a inspiração divina creditada aos documentos do Novo Testamento”.[9]
Segunda razão: As datas tardias dos livros!
A gnóstica Elaine Pagels sempre levantou infundáveis suspeitas sobre os evangelhos bíblicos.
“Esses textos gnósticos não foram escritos por testemunhas oculares dos fatos do Novo Testamento. Mesmo estudiosos que preferem atribuir credibilidade a esses documentos afirmam que a data mais antiga não se situa antes de 150 d.C. São pelo menos cem anos ou, mais provavelmente, 150 anos após a época da crucificação de Jesus. [...] outros textos têm sido atribuídos aos séculos IV, V ou mesmo VI – muitas centenas de anos depois dos dias de Jesus”.[10]
Terceira razão: O conteúdo dos livros não tem confirmação histórica e geográfica!
“Se você ler os evangelhos gnósticos, não ficará impressionado com semelhanças entre eles e o Novo Testamento, mas, sim, com as mais incríveis discrepâncias. Esses evangelhos não são apenas desprovidos de conteúdo histórico, mas chegam a ser anti-históricos. Contêm pouco conteúdo narrativo e nenhum senso cronológico. Não demonstram interesse algum em pesquisa, geografia ou contexto histórico. Não trazem nenhuma pretensão de estar em harmonia com os outros evangelhos canônicos. Apresentam algumas citações e alusões ao Jesus do Novo Testamento, juntamente com muitas frases absurdas atribuídas a ele”.[11]
“Os evangelhos gnósticos contêm conceitos especulativos. A maioria poderia ter sido elaborada a despeito da vinda de Jesus Cristo. Muitas das citações presentes no Evangelho de Tomé, por exemplo, poderiam ter sido proferidas por qualquer líder religioso ou pretenso profeta. Os gnósticos, no entanto, a fim de autenticar suas especulações, procuravam vincular suas doutrinas a Jesus e aos apóstolos. Em conseqüência, aproveitavam-se de algumas palavras de Jesus, mas desprezavam completamente sua obra de redenção. O que importavam eram as idéias, não os acontecimentos. [...]
Pintura do beijo de Judas em Jesus, feita pelo italiano
Michelangelo Caravaggio, c. 1598.
Longe de ser uma versão autêntica do cristianismo, o gnosticismo era um parasita que tentava vincular seus conceitos platônicos ao incipiente e popular movimento cristão. Temos todos os motivos para crer que a igreja primitiva estava correta em insistir que o gnosticismo era uma corrupção da verdade original, e não uma fonte legítima e imparcial de informações sobre Jesus e a fé cristã. A concepção atual de que os gnósticos foram vítimas do cristianismo, sendo então absorvidos por uma igreja ávida por poder, é simplesmente mentirosa”.[12]
Imagine se os nossos Evangelhos neotestamentários fossem acusados de autorias espúrias, datas tardias, sem testemunhas oculares e de serem um ajuntamento de ditos sem consistência, sem confirmação histórica e geográfica? Os gnósticos, com certeza, e cobertos de razão, cairiam matando a pauladas a Bíblia Sagrada.
Conclusão: Ô Beijinho... Ô Beijinho...
“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Isaías 5.20).
Forças anticristãs sempre seguiram as pegadas terrenas da Igreja de Cristo, mas, à medida que nos aproximamos do nosso Arrebatamento, esses ataques passam a ser mais virulentos.
Querem nos convencer que o ‘Evangelho de Judas’ nos traz novidades, quando, na verdade, é roupa velha, desbotada, apertada e cheirando a naftalina.
Detalhe do quadro de Caravaggio ao lado de uma das folhas em papiro do “Evangelho de Judas”.
Os ditos “Evangelhos Gnósticos” são um revisionismo bíblico diametralmente oposto ao cristianismo, uma tentativa de desmantelar o cânon e a ortodoxia bíblica. Sempre foi assim e assim será: os gnósticos, já que não conseguem silenciar a Bíblia, deturpam-na! Para mim, o beijo de Judas Iscariotes continua safado e o seu suposto “evangelho” não passa de versos satânicos.
Bem, já é tarde da noite e está na hora de checar os meus emails... dietas, macetes, críticas, terroristas, candidatos, relógios, terrenos, viagens... tudo voltou à normalidade.
Ciente de que o “Evangelho de Judas” não passa de mais uma armação gnóstica e de fruta podre de final de feira, “Em paz também me deitarei e dormirei, porque só Tu Senhor, me fazes repousar em segurança” (Salmo 4.8). Amém! Boa Noite! (Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa)

[a] Seteriano: No texto gnóstico intitulado “Paráfrase de Shem”, os sodomitas são os membros corretos da raça de Sete e é por isso que eles incorrem na ira do “deus do velho testamento” (O Demiurgo). Esses descendentes de Sete naturalmente afirmaram que a narrativa deles sobre a criação do mundo era a versão verdadeira e que as narrativas bíblicas são falsas e enganosas.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"PECADO,ARREPENDIMENTO E A GRAÇA DE DEUS"

Pecado, Arrependimento e a Graça de Deus
de Dennis Downing
** Conhece aquele aviso Anti-pirataria no começo dos DVDs?
(Fundo musical com rock pesado)
Cena de ladrão de carro: “Você não roubaria um carro”
Cena de homem furtando bolsa: “Você não roubaria uma bolsa”
Cena de pessoa pegando celular: “Você não roubaria um celular”
Cena de pessoa furtando DVD: “Você não roubaria um DVD”
Cena de camelô vendendo filme pirata: “Pirataria é roubo - Pirataria é crime”
O ponto da propaganda anti-pirataria é que muitas pessoas fazem coisas como comprar aqueles DVD’s “genéricos” de camelô, e não entendem que é crime. No entanto é. O mesmo acontece com várias outras coisas na vida que fazemos ou praticamos e que são uma forma de pecar ou brincar com o pecado.
** Mateus George tinha uma cobra de estimação, uma cascavel.
Ele achou a cobra quando ela era ainda pequena e passou a criá-la.
Por incrível que pareça, Mateus passou alguns meses criando a cobra sem ser mordido.
Ainda mais incrível, Mateus tinha o curioso hábito de dar um beijo na boca da cobra, e ela o deixava.
Até aquele dia fatal.
Sem que Mateus esperasse, quando foi dar aquele beijinho carinhoso em sua cobra de estimação, de repente, ela enfiou seus dois dentes no lábio inferior da boca de Mateus e descarregou todo seu veneno.
Graças a Deus, Mateus morava perto de uma unidade de resgate móvel.
Ele foi levado às pressas para o hospital e conseguiram salvar sua vida.
Mas, foi por pouco.
perigo maior para Mateus não foi ter um animal de estimação perigoso.
perigo maior foi pensar que ele podia brincar com esse animal perigoso e não sofrer as consequências.
Muitos Cristãos pensam a mesma coisa.
Muitos Cristãos pensam que podem brincar com pecado.
Como é que brincamos com pecado?
Um estudante se vê diante de uma questão numa prova na qual ele precisa passar para não ser reprovado.
Quando olha para o lado, vê a resposta claramente na prova do colega.
Quando ele assina e entrega sua prova, ele está dando a impressão de que todo o trabalho foi dele.
Mas, na verdade, ele está mentindo. Mentira é pecado.
Um empregado começa a se acostumar a levar para casa objetos da empresa onde trabalha: uma caneta, um caderno, depois um grampeador.
Seu chefe o paga mal, e não reconhece as horas extras que ele trabalha.
Então, nada mais “justo” do que ele tirar a recompensa em produtos que estão “sobrando” na empresa. O irmão se vê apenas corrigindo a injustiça que sofre. Mas, o furto ainda é pecado.
Um outro irmão vive em conflitos com a esposa.
Problemas com finanças e na criação dos filhos tornam sua vida em casa um conflito constante.
No seu trabalho tem uma jovem que valoriza muito sua dedicação e talento.
Ele passa a paquerar ela.
De vez em quando ele tem fantasias de como seria se a esposa dele morresse e ele estivesse livre para casar com aquela jovem.
Ele nunca a chamou para um motel, nem jamais tocou no corpo dela.
Mas, segundo Jesus em Mateus 5:28, ele já está cometendo adultério.
A irmã não perde um capítulo da novela das nove.
Ela não comete adultério, ela não mente, nem pronuncia palavrão. Ela não rouba, nem furta.
Mas, ela está assistindo e sendo entretida, e muitas vezes torcendo por pessoas que cometem estes pecados todas as noites.
Sim, a trama é conduzida de tal forma que o herói da história tem uma esposa insuportável, um chefe que é um carrasco, e/ou um “amigo” que vai montar uma terrível armadilha para ele.
Mas, nada disso justifica o adultério, o golpe contra o chefe, a vingança contra o amigo/inimigo.
Pecado é pecado. Entretanto, muitas vezes no “entretenimento” que escolhemos, acabamos torcendo por pessoas que cometem vários pecados, e ficamos “do lado” delas porque elas sofreram, foram injustiçados ou tiveram uma vida difícil.
Isso justifica o pecado?
O que foi que Paulo disse “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha.” Efésios 5:11-12
Muitos Cristãos têm se habituado a brincar com o pecado.
Como o homem que tinha como animal de estimação uma cobra venenosa,
homens e mulheres se acostumam a se aproximar,
a se envolver,
a se divertir com coisas que,
como Paulo disse “o só referir é vergonha.”
Há dois problemas.
1. Nossa concepção de pecado está se tornando cada vez mais restrita.
*** No filme “Os Suspeitos” de 1995, um homem tímido e aleijado é interrogado por um investigador policial que insiste em saber detalhes de um crime. Pressionado, e aparentemente intimidado pelo detetive, o aleijado conta uma história complicada envolvendo cinco criminosos que, após um assalto, acabam todos mortos, só sobrando ele.
O aleijado, Verbal Kint, fala de um lendário criminoso chamado Kaiser Soze, um homem inacreditavelmente maléfico, que supostamente matou todos os outros. Mas, dá a entender que é apenas uma lenda.
No contar da história o aleijado diz que “o maior truque do Diabo foi fazer todo mundo acreditar que ele não existia”.
No final do filme, ao soltá-lo, o detetive descobre, tarde demais, que o lendário criminoso existe sim, e que era o próprio aleijado, o contador da história, que o havia enganado com uma série de mentiras.
Satanás tem convencido muitas pessoas de que
aquela espiadinha na Internet,
aquela fofoquinha com a colega,
aquela mentirinha,
aquele ciúme não são realmente pecados letais.
É “pecadinho”, coisinha insignificante que Deus nem vai considerar.
Esqueça, não se preocupe. Isso não é pecado!
Ou seja, o pecado só existe nas coisas terríveis que os “outros” fazem.
Mas, para “nós” o pecado não existe.
E assim o inimigo nos engana mais uma vez, e nos leva suavemente, gentilmente, um passo mais adiante na nossa cega descida até a porta do inferno; e uma vez passarmos por ela, não teremos mais como fugir.
Deixamos cobiça, ira, amargura, ou inveja tomar um lugar em nossos corações.
Cometemos maledicência, difamação e murmurações.
E não achamos nada demais.
Como? Porque o que contamos é tudo verdade. Porque outros precisam saber.
Porque sentimos tão injustiçados por aquela pessoa, e assim vai...
Começamos a brincar com esses pecados.
E não nos arrependemos.
E esquecemos que todo pecado mata.
Daqui a pouco, o mal está instalado.
Daqui a pouco você não acha nada demais.
Até aquele dia quando vier a mordida.
*** A cobra de Mateus era novinha, pequenina.
Ela não parecia perigosa.
Ele passou alguns meses com ela, sem que ela fizesse qualquer coisa que o deixasse preocupado.
Um especialista alertou que, embora tenha demorado a acontecer, fatalmente, mais cedo ou mais tarde a cobra iria morder.
Por quê?
Porque é da natureza da cobra morder.
É assim que ela sobrevive.
É da natureza de uma cobra morder.
É da natureza do pecado matar.
O salário do pecado é ________? A morte!
É sua natureza.
É sua finalidade.
E já fomos avisados.
Você pode brincar com seu pecado de estimação.
Você pode se divertir, não achar nada demais.
Você pode se defender pensando que não está machucando ninguém em seu pecado.
Pode dizer que é “só de vez em quando”.
Pode raciocinar que é um pecado “pequeno”.
Mas, um dia seu pecado vai morder.
E sua mordida é fatal
2. A outra parte do problema com o pecado é nossa concepção de Jesus.
Jesus é amor.
Jesus veio buscar e salvar os perdidos.
Jesus tocou em leprosos, curou aleijados e cegos, ressuscitou mortos e salvou homens e mulheres no meio dos seus pecados.
Jesus escolheu se associar a “pecadores”, andou no meio deles, jantou com eles, conviveu com eles.
Às vezes penso que ficamos tão encantados com o perdão de Jesus e a graça de Deus, que esquecemos que o perdão e a graça tiveram um preço.
O preço foi muito alto.
Foi a vida do Filho de Deus.
Jesus é amor.
Jesus é paz.
Jesus é perdão e salvação.
Mas, Jesus é o sacrifício doloroso e chocante pelos nossos pecados – grandes e pequenos.
O mesmo Jesus que falou do céu e da vida eterna
falou também do inferno e da condenação eterna.
O mesmo Jesus que segurou crianças e repreendeu seus discípulso quando queriam afastá-las – também avisou às mães que chorariam a perda de seus filhos e alertou que viria o dia em que elas se arrependeriam de terem dado à luz.
O mesmo Jesus que podia chamar um cobrador de impostos de amigo chamou um dos seus discípulos mais próximos de “Satanás”.
Jesus chamou seus seguidores de néscios, questionou sua dificuldade em entender e sua falta de fé. O Príncipe da Paz disse que ele não veio trazer paz,
mas, o quê? Uma espada!
Por causa de Jesus os inimigos do homem serão?
- Os da sua própria casa.
Jesus disse para amar os inimigos.
Mas, ele mesmo entrou no templo e com uma corda expulsou os cambistas.
Ele mesmo chamou os líderes religiosos de:
“serpentes”, “raça de víboras” e “hipócritas”.
Sim, Jesus fez tudo isso.
Por quê?
Por causa do pecado.
Porque o pecado tem seus efeitos.
O pecado tem seu preço.
O pecado tem sua mordida – e ela é fatal.
Se você duvidar quanto à lição sobre a fatalidade de pecado, todo pecado, qualquer pecado, leia 1 Coríntios 10:1-13.
E na próxima vez que você pensar em defender ou desculpar um “pecadinho” em sua vida, imaginando que Deus faz distinção entre pecado que mata e pecado que não mata, leia Lucas 13:1-5.
Naquela ocasião, alguns dos que estavam presentes contaram a Jesus que Pilatos misturara o sangue de alguns galileus com os sacrifícios deles.
Jesus respondeu: “Vocês pensam que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros, por terem sofrido dessa maneira? Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.
Ou vocês pensam que aqueles dezoito que morreram, quando caiu sobre eles a torre de Siloé, eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão”.
Ao comparar a morte vergonhosa e chocante de alguns homens naqueles dias em que vivia, Jesus deixou claro que todos que não se arrependem de seus pecados, sejam pecados grandes ou “pequenos”, igualmente perecerão.
Todo pecado não arrependido condenará.
Todo pecado mata.
E quando verdadeiramente compreendermos o quanto custou a Jesus nos proporcionar o perdão de todos os nossos pecados, grandes e pequenos, teremos a vergonha deles, e a motivação para mudar, desde já em gratidão pelo que Ele fez.
Que o nome de Jesus seja honrado em nossas vidas, nas coisas grandes epequenas, naquilo que se vê e que só Deus vê. E que Jesus tenha o prazer de pronunciar nossos nomes naquele dia, nos defendendo diante do acusador, porque o sangue dEle valeu para nos lavar e purificar.
Louvado seja o nome de nosso Senhor e Salvador Jesus, o Cristo

sábado, 25 de agosto de 2012

"A CAMINHO DO ARREBATAMENTO"



Na história de Gideão, o arrebatamento não é mencionado de forma literal, mas existem diversas indicações que apontam em direção a ele e que podem nos ajudar a explicá-lo.
Consideramos que a história de Gideão tem muito conteúdo profético e que ela nos mostra o futuro de Israel e o tempo da Grande Tribulação. Portanto, podemos usá-la para analisar a volta de Jesus para Sua Igreja. Pois as histórias de Deus com Israel e com a Igreja se entrelaçam, ou seja, se sobrepõem: quando chegou a hora do nascimento da Igreja de Jesus, no dia do Pentecoste, Deus como que deixou Israel de lado, e, desde a fundação do Estado de Israel, no dia 14 de maio de 1948, o Senhor voltou a agir com, em e através de Israel, o que nos mostra que a retirada da Igreja de Jesus da terra está próxima.
Os sinais do arrebatamento
Nos três capítulos sobre Gideão e os midianitas (Jz 6-8) fala-se repetidamente da trombeta com que o povo foi chamado a se reunir em torno de Gideão. Em todos os acontecimentos dessa batalha que viria, a trombeta foi um elemento chave, sendo citada sete vezes, pela primeira vez em Juízes 6.33-34:
– "E todos os midianitas e amalequitas, e povos do oriente se ajuntaram, e passaram, e se acamparam no vale de Jezreel. Então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a rebate, e os abiezritas se ajuntaram após dele."
Esse é também o sentido por ocasião do arrebatamento: quando soar a trombeta, a Igreja será reunida, revestida com o Espírito Santo e arrebatada ao encontro do Senhor Jesus. Está escrito:
– "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.16-18).
– "Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar dolhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados" (1 Co 15.51-52).
A respeito desse encontro com o Senhor, Ele disse: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também" (Jo 14.1-3). No arrebatamento acontecerá, portanto, a reunião em torno do Senhor, e um sinal ou elemento deflagrador será o som da trombeta: "Porquanto o Senhor mesmo... ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus..."
O que acontecerá com os crentes por ocasião do arrebatamento?
Então se dará um grande milagre: seremos libertados da nossa carne, ou seja, do nosso corpo terreno. A respeito, leiamos mais uma vez 1 Coríntios 15.52-53, onde essa transformação é descrita da seguinte maneira: "...num momento, num abrir e fechar dolhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade." Somente então, depois do arrebatamento, estaremos – através da transformação – livres do pecado. Então não será mais possível pecar, mas em nós resplandecerá exclusivamente a clara luz da obra de Jesus Cristo e todos nos amaremos uns aos outros. Não será maravilhoso estar finalmente liberto da carne pecaminosa? Pois, quantas vezes já choramos por causa do pecado que em nós habita; quanto trabalho já nos deu nossa carne pecaminosa, a nós que queremos andar no Espírito. Também Paulo chorou por isso e testemunha em Romanos 7.18a: "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum..." Ele continua escrevendo: "Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros" (vv. 22-23). Enquanto vivermos, o espírito e a carne estarão em constante confronto. Por isso, é tão importante ficar cheio do Espírito (Ef 5.18b), andar no Espírito e deixar que o Espírito nos governe.
Nossa carne é receptiva para o pecado, e também para a enfermidade e a morte. Isso acabará no momento do arrebatamento, quando formos transformados e recebermos um corpo espiritual, quando o mortal se revestir da imortalidade. E essa transformação por ocasião do arrebatamento, ao soar da trombeta, nos é mostrado alegoricamente no caso de Gideão. Lemos em Juízes 7.16,19-20: "Então repartiu os trezentos homens em três companhias, e deu-lhes a cada um nas suas mãos trombetas, e cântaros vazios, com tochas neles... Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que com ele iam, às imediações do arraial, ao princípio da vigília média, havendo-se havia pouco trocado as guardas; e tocaram as trombetas, e quebraram os cântaros, que traziam nas mãos. Assim tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam nas mãos esquerdas as tochas e nas mãos direitas as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideão!"
O que aconteceu ali? Os homens mantinham a luz das tochas escondidas dentro dos cântaros. Mas, exatamente no momento em que começaram a ser tocadas as trombetas, os cântaros foram quebrados e a clara luz das tochas iluminou tudo. Isso é uma alegoria da transformação por ocasião do arrebatamento. A clara luz de Cristo normalmente ainda está escondida em nosso corpo, pois somos como cântaros (vasos) que carregam em seu interior a clara luz do Evangelho. O Senhor Jesus é a luz do mundo, e disse àqueles que O aceitaram: "Vós sois a luz do mundo" (Mt 5.14a). Por enquanto essa luz ainda é escondida, como dissemos, em maior ou menor grau, pelo vaso da nossa carne. Mas, no momento em que a trombeta de Deus for tocada para o arrebatamento, nosso corpo será transformado (como os cântaros que foram quebrados naquele tempo), e seremos arrebatados ao encontro do Senhor Jesus, para estarmos com Ele para sempre. Então, tudo será somente luz. Tudo resplandecerá em Sua glória. Não haverá mais pecado, porque o vaso da nossa carne não estará mais presente. Em 1 Coríntios 15.50 está escrito que "carne e sangue não podem herdar o reino de Deus". Por isso, seremos transformados, pois o cântaro do nosso corpo tem que ser quebrado. Somente por ocasião da transformação e do arrebatamento se tornará visível o que a Bíblia diz em Mateus 13.43a: "Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai."
Assim, podemos imaginar quão ansiosamente os crentes da Bíblia esperavam deixar a carne para estar para sempre com o Senhor. Paulo, por exemplo, expressou da seguinte maneira esse seu anseio: "Ora, de um e outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne" (Fp 1.23-24).
Quando acontecerá o arrebatamento?
Antes do juízo, isto é, antes da Grande Tribulação. Poderíamos fazer um estudo bíblico especificamente sobre o assunto, mas vamos nos limitar a alguns versículos. Lemos em 1 Tessalonicenses 1.10: "...e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura." De que ira se trata aqui? Da ira de Deus que começará com a Grande Tribulação, pois ela será o juízo de Deus sobre o mundo de incredulidade e maldade. É o que lemos em Apocalipse 6.15-17: "Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos, e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono, e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" A Igreja de Jesus será preservada dessa ira do Senhor, que terá seu início no tempo da Grande Tribulação. Pois, como filhos de Deus, já estivemos sob a ira de Deus e Seu juízo: isso aconteceu na cruz do Calvário, onde o Senhor Jesus tomou vicariamente sobre si nosso juízo e a ira de Deus. Por isso, todo homem que pertence a Jesus está justificado diante de Deus e não passará pela Grande Tribulação, nem pelo Juízo Final. Está dito em 1 Tessalonicenses 5.9-10: "...porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele."
Que o arrebatamento ocorrerá antes da Grande Tribulação também é mostrado, segundo o meu entendimento, na história de Gideão. Lemos em Juízes 7.19-20: "Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que com ele iam, às imediações do arraial, ao princípio da vigília média, havendo-se havia pouco trocado as guardas; e tocaram as trombetas, e quebraram os cântaros, que traziam nas mãos. Assim tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam nas mãos esquerdas as tochas e nas mãos direitas as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideão!" A respeito, façamos duas perguntas:
1. Quando foram tocadas as trombetas e quebrados os cântaros (uma figura da transformação e do arrebatamento)?
A resposta é: "...ao princípio da vigília média..." Esse é o tempo em torno da meia-noite. Em Mateus 25.6 está escrito: "Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro." Sabemos que, em nossos dias, nos aproximamos dessa hora da meia-noite. Os sinais dos tempos e Israel apontam para isso claramente. Trata-se também do tempo em que o mundo das nações está colocando "guardas" contra Israel, como os midianitas o fizeram naquela época (Jz 7.19). Isso levará, no final das contas, à batalha dos povos em Armagedom.
Atualmente, Israel está perdendo cada vez mais sustentação. A conquista de Jerusalém e a destruição de Israel continua fazendo parte do plano dos inimigos do povo de Deus. Mas antes do começo desse último período anticristão será ouvida a trombeta de Deus e a Igreja de Jesus será arrebatada. Com relação ao "homem da iniqüidade" (2 Ts 2.3), Dave Hunt escreve:
Neste exato momento, é quase certo que o anticristo já esteja vivendo em algum lugar do planeta Terra – aguardando seu tempo, esperando sua deixa. Sensacionalismo banal? Longe disso! Essa suposição é baseada em uma sóbria avaliação dos eventos atuais relacionados com a profecia bíblica. Como homem maduro, provavelmente ele já seja ativo na política, sendo possivelmente até mesmo um admirado líder mundial cujo nome está diariamente na boca de todos.
Ou pensemos, por exemplo, em relatos que advertem a respeito de cometas ou meteoros que poderiam atingir a Terra. Quando os últimos fragmentos do cometa "Shoemaker Levy 9" caíram sobre o gigantesco planeta Júpiter em julho de 1994 e deixaram marcas de destruição, o fato foi logo esquecido. Mas, praticamente não houve pausa para descanso. Pouco depois lia-se nos jornais:
Em agosto, o astrônomo amador Donald E. Machholz descobriu um novo cometa fragmentado em cinco partes... que poderiam se chocar contra a Terra, pois sua órbita cruza a do nosso planeta. Se algum fragmento do cometa caísse sobre a Terra, poderia ter conseqüências fatais...
O que quer que aconteça, devemos lembrar que o Senhor Jesus falou de estrelas que cairiam e de outros sinais que indicariam a iminência da Sua volta: "...as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória" (Mt 24.29-30).
2. Quando entrou em ação a espada do Senhor (Jz 7.20)?
Somente depois de tocadas as trombetas e quebrados os cântaros (uma figura do arrebatamento), quando a clara luz das tochas iluminou o acampamento dos inimigos, os israelitas gritaram: "Espada pelo Senhor e por Gideão!" A "espada pelo Senhor", porém, aponta profeticamente para o "dia do Senhor", ou seja, para o tempo da Grande Tribulação, na qual o Senhor vai julgar o mundo porque então todas as nações terão se ajuntado contra Seu amado povo Israel. Lemos a respeito em Jeremias 25.29b: "...porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos Exércitos." E, como os midianitas fugiram apavorados e em pânico diante da "espada pelo Senhor e por Gideão" e começaram a se matar reciprocamente (comp. Jz 7.21-22), também durante a Grande Tribulação as pessoas tentarão escapar do juízo da ira de Deus (Ap 6.15-17). Antes, porém, a Igreja de Jesus será arrebatada e transformada.
O caminho para o arrebatamento
Ficar cheio do Espírito Santo
Desse caminho que leva ao arrebatamento faz parte o ficarmos cheios do Espírito Santo, pois seremos arrebatados pelo poder do Espírito. Isso também é mostrado figuradamente na história de Gideão, como lemos em Juízes 6.34: "Então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a rebate, e os abiezritas se ajuntaram após dele."
Essa é uma maravilhosa definição do arrebatamento, pois então a Igreja será como que revestida pelo Espírito Santo, envolta por Ele e levada ao céu. Não é em vão que está escrito em Efésios 4.30: "E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção." A que redenção isso se refere – pois os filhos de Deus já são redimidos? Aqui se trata da redenção da nossa carne, através da transformação por ocasião do arrebatamento! Para isso fomos selados com o Espírito Santo, com o qual seremos revestidos, ou seja, que nos envolverá quando formos tirados da terra. Por termos essa esperança do arrebatamento, deveríamos prestar muita atenção para não entristecer o Espírito Santo através de um modo de viver carnal, razão por que está escrito no versículo seguinte:"Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia" (Ef 4.31). É preciso honrar o Senhor através do andar em Espírito: "Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou" (v. 32).
Lançar fora toda carga desnecessária
A caminho do arrebatamento, é importante que lancemos fora e deixemos para trás toda carga desnecessária. Vemos isso no então ainda grande exército de Israel, antes de mais uma seleção, do tocar das trombetas e do quebrar do cântaros. A ordem do Senhor a Gideão foi: "Apregoa, pois, aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for tímido e medroso, volte, e retire-se da região montanhosa de Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram" (Jz 7.3). A Edição Revista e Corrigida diz: "...quem for cobarde e medroso..."
Dentre as coisas que devemos lançar fora a caminho do arrebatamento estão, necessariamente, a timidez (covardia) e o medo. Pois muitos cristãos têm literalmente medo do arrebatamento porque acham que não poderão subsistir diante do Senhor. Eles têm medo daquilo que os espera; por exemplo, o julgamento do galardão. Muitos ficam tão desanimados, que não gostariam de ouvir nada mais sobre a volta de Jesus. Isso, entretanto, não está de acordo com o que o Senhor quer e com o que a Bíblia ensina. Pois, justamente com relação ao arrebatamento está dito que ele deve servir como consolo: "Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.18).
Por isso é tão importante que lancemos fora a covardia e o medo da volta de Jesus para o arrebatamento, para podermos ir ao Seu encontro com liberdade e alegria! Em 1 João 4.17-18 está escrito: "Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que no dia do juízo mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor." Àqueles que esperam pelo arrebatamento com alegria e amam a volta do Senhor é prometida uma coroa especial (2 Tm 4.8). Se, entretanto, somos dominados pelo medo, nem podemos amar a vinda do Senhor, pois o medo pensa no castigo.
Diga-me, você também sente medo? Então, pela fé, lance fora agora o medo – e confie no Senhor, crendo que Ele alcançará Seu alvo para com você, apesar da sua fraqueza. Não se preocupe só consigo mesmo e com todas as suas deficiências, mas olhe para o Autor e Consumador da sua fé! A respeito dEle está escrito: "Ora, aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação..." (Jd 24). Conforme Efésios 5.27, Ele também apresentará você "sem mácula, nem ruga nem cousa semelhante, porém santo e sem defeito" diante dEle. Devemos recordar também o que diz Hebreus 10.19: "Tendo, pois, irmãos, intrepidez (a Ed. Rev. e Corrigida diz: "ousadia") para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus." Isso vale não somente para a oração que é ouvida no presente, mas também para o arrebatamento, permitindo que possamos entrar na santa e gloriosa presença de Deus com alegria. Não através de nossos próprios esforços, mas por meio do precioso sangue do Senhor e do Seu perdão encontramos ousadia para entrar no Santo dos Santos. Por isso, deixe o medo para trás! Aproprie-se na fé da promessa de 1 Pedro 1.5!
Manter-se próximo à água
A caminho do arrebatamento, temos que nos manter próximos à água, ou seja, da "lavagem de água pela palavra" (Ef 5.26). No tempo de Gideão, o que restou do exército foi provado por Deus junto à água. A ordem do Senhor a Gideão foi: "Ainda há povo demais; faze-os descer às águas, e ali tos provarei; aquele de quem eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém todo aquele, de quem eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá" (Jz 7.4).
A nós, da Nova Aliança, a Bíblia diz em Efésios 5.26 que fomos purificados "por meio da lavagem de água pela palavra." Se realmente quisermos nos deixar preparar para o ressoar da trombeta por ocasião do arrebatamento, é importante ter muita comunhão com Jesus Cristo, ouvindo a Palavra de Deus em cultos, reuniões nos lares e encontros de oração, mas também lendo muito a Bíblia e obedecendo ao que ela nos diz. Isso produzirá purificação mais profunda em nosso interior, santificação e preparação, mesmo que nada sintamos a respeito. Acontece então o mesmo que com uma mãe na cozinha segurando um escorredor de massas com batatas, debaixo da torneira, deixando a água correr sobre elas. Sua filhinha lhe pergunta: "Mãe, o que você está fazendo? A água está indo toda embora". "Venha cá e olhe. Se bem que a água tenha ido toda embora, as batatas ficaram limpas." O mesmo se dá conosco: quando ouvimos ou lemos a Palavra de Deus, não conseguimos lembrar tudo. Há mesmo épocas em que ela parece não nos dizer nada. Entretanto, há sempre um efeito purificador, pois trata-se da "lavagem de água pela palavra". Por isso está escrito:"Habite ricamente em vós a palavra de Cristo..." (Cl 3.16). Palavras humanas passam, mas a Palavra de Deus permanece! Lembremos, portanto, o que a Bíblia nos diz em 1 Pedro 1.23-25: "...pois fostes regenerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada." No arrebatamento, deixaremos para trás tudo que é do presente, mas levaremos a Palavra de Deus junto para a Eternidade! E porque a Palavra de Deus é tão importante com relação à nossa preparação para a retirada da Igreja, o apóstolo Paulo diz em suas palavras introdutórias sobre o arrebatamento: "Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem" (1 Ts 4.15). Por isso, ocupe-se o máximo possível com a Palavra de Deus, que não deixa de fazer efeito.
Viver com o objetivo em mente
A caminho do arrebatamento, é preciso viver voltado completamente para o Senhor, Seu objetivo e Sua volta. É o que nos mostra a última prova a que foram submetidos os homens de Gideão. Lemos em Juízes 7.5-6: "Fez Gideão descer os homens às águas. Então o Senhor lhe disse: Todo que lamber as águas com a língua, como faz o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber. Foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber as águas." Esses trezentos homens estavam tão determinados a alcançar o objetivo, a executar o encargo dado pelo Senhor, que não se demoraram em se abaixar de joelhos para beber, mas ajuntaram rapidamente a água com a mão levando-a à boca. Aí imaginamos o que Pedro quis dizer ao falar sobre o dia da volta de Jesus, advertindo a Igreja: "...esperando e apressando a vinda do dia de Deus" (2 Pe 3.12a). Temos tal inclinação interior diante do Senhor Jesus e da Sua volta? É Sua vontade expressa que vivamos voltados para o objetivo, pois Ele disse em Lucas 12.35-36: "Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram."
Mas como facilmente ficamos ocupados com coisas terrenas e nos deixamos deter por elas! Será que são os alvos pessoais, a conta bancária, a indiferença ou um pecado de estimação, diante dos quais você se inclina repetidamente e que roubam a sua disposição interior de entrega completa ao Senhor? Nos dias de Gideão também havia muitos que tinham seus olhos voltados temerosamente para as coisas do seu tempo, ao invés de olharem para o Senhor e Sua tarefa. Muitos deles se ajoelharam prazerosamente junto à água para descansar. É assustador que – apesar de todos os 10.000 pretenderem ir junto – no final das contas eles não o puderam, porque tinham dobrado seus joelhos diante das coisas do presente. No seu caso, esse foi o sinal exterior de que eles não estavam preparados interiormente. Nós também gostamos de fazer pausas espirituais, de interromper as atividades, e muitas vezes buscamos todas as coisas possíveis, exceto o Senhor exclusivamente. Como, entretanto, o Senhor conhece nossa estrutura, Ele continuamente nos exorta: "Portanto não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? porque os gentios é que procuram todas estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas" (Mt 6.31-33).
Se, ao final, observarmos mais uma vez o comportamento daqueles 300 homens que beberam rapidamente a água necessária junto ao rio para não perderem nenhum tempo na realização da tarefa do Senhor, quão importante se torna, nessa linha de pensamento, o que diz 1 Coríntios 9.25a: "E todo aquele que luta de tudo se abstém" (Ed. Rev. e Corrigida). Esses 300 homens não eram mais inteligentes nem melhores, nem mais fortes ou corajosos do que os outros – mas estavam no seu interior completamente livres e dispostos a servir ao Senhor. Com ardente zelo, eles tinham em mente exclusivamente o objetivo de Deus. Eles não tinham mais nenhuma espécie de outros alvos, mas seu coração era voltado inteiramente para a causa de Deus.
Você está disposto a lançar fora e deixar de lado tudo aquilo que o atrapalha no caminho ao encontro do Senhor? Tendo em vista a breve e repentina retirada da Igreja de Jesus, você realmente está disposto a tomar essa decisão, como Gideão e seus homens o fizeram? Lemos em Juízes 7.8a:"Tomou o povo provisões nas mãos, e as trombetas. Gideão enviou todos os homens de Israel cada um à sua tenda, porém os trezentos homens reteve consigo." A caminho do arrebatamento, leve somente as "provisões", a Palavra de Deus, e a "trombeta", a prontidão para o arrebatamento; leve em conta que a trombeta será tocada em breve.
Se o Senhor perguntasse a você neste momento: "Você quer fazer parte dos covardes e medrosos?", você certamente responderia com um definitivo "Não!" Então, aja de acordo e lance fora o medo em nome de Jesus! E, se Ele continuasse perguntando a você: "Olhe, sobraram 10.000: você quer pertencer àqueles que se ocupam em primeiro lugar com as coisas terrenas, ou prefere estar entre os 300 que levaram consigo somente as "provisões" necessárias e a "trombeta"?" – qual seria a sua resposta? Oh! que você responda agora com coração sincero: "Senhor, também quero fazer parte desses 300. Quero estar preparado para quando vieres!" Amém.